APCC mostra no Porto desenhos e pinturas com olhares de pessoas com deficiência sobre o corpo

“Cru – O Corpo (im)Perfeito” está patente a partir de 2 de  Dezembro.

A exposição “Cru – O Corpo (im)Perfeito”, onde estão reunidos mais de cem desenhos e pinturas criados pelos utentes do Departamento de Expressão Plástica da Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra (APCC), vai estar patente no Porto a partir do dia 2 de dezembro.

Este conjunto de obras pretende oferecer ao público algo com que raramente, se alguma vez, ele se confrontou: o olhar da pessoa com deficiência sobre os outros corpos e sobre o seu próprio. Trata-se de uma provocação assumida, com o objetivo de (des)construir a ideia de Belo.

Assim, os visitantes serão desafiados a transformar o (seu) paradigma de corpo perfeito, da mesma forma que os utentes da APCC puderam, no processo que levou à criação artística, conhecer-se melhor e colocar em causa a ‘normalidade’ dos modelos corporais, até os seus próprios. Paralelamente, existe também um convite para que estes desenhos e pinturas possam atuar emocionalmente sobre cada um, como qualquer outro produto artístico.

Será a primeira escala de uma ‘viagem’ que levará este conjunto de obras pelo País, com paragens já confirmadas em Lisboa e Coimbra. “Cru – O Corpo (im)Perfeito” pode ser vista no espaço Arbeat (no Largo dos Loios, 29 – 1º andar) até 6 de janeiro de 2020, diariamente, entre as 17H00 e as 20H00. O Artbeat é um espaço criativo, dedicado a profissionais da cultura e da arte, nacionais e internacionais, criado para oferecer o ambiente de trabalho perfeito e promover a criatividade, mas com um foco claro nos negócios, ajudando a sua comunidade a viver da arte que cria.

Esta exposição é realizada no âmbito de um projeto homónimo, cofinanciado pelo Programa Nacional de Financiamento a Projetos 2019 do INR – Instituto Nacional para a Reabilitação, que pretende contribuir para a descoberta de novas perceções da dicotomia belo/feio, alterar a imagem social da pessoa com deficiência e alterar comportamentos para a aceitação do corpo diferente.

O trabalho envolveu 34 utentes do Departamento de Expressão Plástica da APCC, que tem os seus objetivos alicerçados numa visão da arte não como uma “fábrica de artistas”, mas antes como um veículo para despertar a criatividade e a imaginação, dessa forma capaz de desenvolver competências e de potenciar o domínio sensorial e cognitivo.