António Canteiro: Homem que escreve e descreve o coração da Gândara…

O escritor António Canteiro, um gandarês de gema, recebe neste Sábado, 12 de Outubro o seu 10º prémio, numa carreira recheada de sucessos e reconhecimentos, um pouco por todos os cantos do país.

Desta feita, o valor da escrita de António Canteiro, vem de terras Transmontanas, pois é em Vila Real, na Biblioteca Júlio Teixeira, pelas 12:00 horas, que o renomado autor será agraciado com o Prémio António Cabral.

Confessando-se “surpreso por mais esta premiação”, Canteiro levanta o véu sobre este novo galardão. “Estive a preparar tudo até a data final do envio” , confirma para de seguida acrescentar que “ali estão cerca de 40 poemas que fui amealhando aqui e ali e que, no final, compuseram um original que acabou por agradar ao júri”.

“Não fosse o tumulto de um corpo” é um livro que fala de temas como “a inquietação do poeta ou o silêncio e outros que pretendem levar o leitor a refletir”.

Perfeitamente agradado com mais este reconhecimento, António Canteiro admite que “mais que um livro escrito de e para mim próprio, este é um livro para todas as pessoas … nele fala-se num dos capítulos, por exemplo, de uma viagem à volta do mundo e, por que não, também uma viagem pela nossa Bairrada… fala dos passos que damos, na nossa caminhada rumo ao que desejamos”.

Apanhado “a queima roupa” o autor entregou no último dia (6 de Julho), sem que lhe fosse possível, desta vez, “deixar “marinar” o livro, ter tempo de lê-lo como gosto de fazer”. Por isso, António Canteiro contou “com a muito preciosa contribuição da minha esposa e dos meus filhos – aqueles que costumo chamar de “oficina cá de casa” – compensando a necessária pausa que os livros exigem para chegar à sua maturação”.

Tendo recebido a boa nova através de um telefonema de António Manuel Pires Cabral, um elemento do júri, Canteiro diz que “provavelmente, para o ano, este livro estará nas livrarias”. Confessando acreditar na tese de que, “ao ser premiado por um júri, se mexer em algo que ali está escrito, posso estragar”, ele assume que “provavelmente estes originais darão lugar ao livro na sua íntegra”.

Visivelmente emocionado, o autor não quis deixar em branco mais esta importante página da sua vida, no que se refere aos agradecimentos: “Antes de mais, quero agradecer aos escritores que leio e que me influenciam de uma forma tão importante. Não posso, claro, deixar de referenciar as pessoas que nos felicitam pela obra, que nos incentivam a continuar, pois são elas que acabam por olhar para a literatura de uma forma que não podemos ignorar”. Para o autor, “a literatura acaba por influenciar de forma inequívoca, o sucesso escolar e profissional de cada ser humano. Por isso, sim, estou muito otimista no que se refere à leitura nos dias que correm: hoje lê-se muito mais, com tantas oportunidades tecnológicas, que há algumas décadas atrás. As pessoas, na frente do computador, leem o bom e o mau e, desta forma, conseguem ter a sua própria opinião sobre o mundo que as cerca!”