Alcochete. Jogadores falam em minutos de terror

Foram minutos de terror que jamais vão esquecer. Foi desta forma que os jogadores do Sporting relaram em Tribunal os acontecimentos da invasão à academia em Alcochete. Foram ouvidos pela primeira vez e não têm duvidas que os invasores tinham um alvo bem definido e sabiam quais os jogadores que queriam atacar no balneário.

Mathieu foi o último dos três jogadores a ser ouvido. Por videoconferência, pedida por questões de segurança, e através do tribunal do Montijo, recordou o dia do ataque à Academia de Alcochete.

O defesa do Sporting referiu que assim que os agressores entraram no balneário começaram à procura de quatro jogadores: Rui Patrício, William Carvalho, Bataglia e Acuña.

Durante aqueles minutos, os homens, de cara tapada gritavam: “O Sporting somos nós”.

O advogado de defesa de dois dos alegados agressores aproveitou o testemunho de Mathieu para dizer que o episódio foi afinal menos grave do que refere a acusação.

Wendel foi ouvido depois de Mathieu, já na parte da tarde. Disse que estava no ginásio quando viu entrarem na academia 20 ou 30 indivíduos de cara tapada e que foi ele que foi ao balneário avisar os restantes jogadores. “Disseram-nos que não éramos jogadores para o Sporting, para tirarmos as camisolas e começaram a agredir-nos. Um bateu-me na cara” (…) “Tive muito medo que voltassem a fazer aquilo”.

O terror descrito também foi partilhado pelo guarda-redes do Sporting.
Maximiano foi o primeiro a ser ouvido. Durante uma hora e meia referiu que o medo o impediu de ter qualquer reação enquanto os colegas eram agredidos.

Disse que só soube da mudança da hora do treino na véspera do ataque e contou o que ouviu já depois das agressões pela voz dos invasores. “Ou ganham no domingo, ou vão ver”.

A referência era para a final da Taça de Portugal, que o Sporting perdeu para o Desportivo das Aves e que aconteceu já com grande parte dos alegados agressores detidos.

No final da décima sessão do julgamento, o advogado de Bruno de Carvalho chamou a atenção para as contradições entre os testemunhos dos jogadores e do chefe de segurança da academia, Ricardo Gonçalves, ouvido na passada segunda-feira.

Esta terça-feira são ouvidos mais três jogadores do Sporting.

Lusa