Aidil Machado coloca o dedo na ferida: “É preciso que todos tenham a noção exata desta pandemia!”

As palavras da Presidente da União das Freguesias de Cantanhede e Pocariça, servem como um enorme alerta para todos os que ainda não se consciencializaram da gravidade do momento…

Na publicação abaixo, feita esta noite pela autarca que dirige os destinos de uma vasta região do Concelho marialvino, ficam expressas as preocupações dela para com as populações da sua freguesia, do seu Concelho e, em última análise, do país.

Jornal Mira Online conversou em exclusivo com Aidil Machado após a publicação, para sentir o pulso ao momento atual que se vive e o que considera ser necessário ser feito, para que os números não cresçam de forma exponencial.

“Francamente, estes números dão-nos o que pensar!” afirma. “Posso falar – e falo – pela União de freguesias que dirijo, e considero que 11 casos assustam-me, particularmente, uma vez que considero que 1 caso que fosse, já era muito!”. A autarca fez questão de frisar que “a nível nacional, de uma forma global, estamos bem… não tão bem como eu ou qualquer outra pessoa gostaria”.

Quando questionada sobre como a cidadã Aidil Machado interpretaria a mensagem que a autarca publicou, não esteve com meias medidas e assumiu frontalmente um dos pontos que ala considera fundamentais para que a pandemia não se alastre ainda mais e de forma rápida: “É preciso que todos nós, autarcas, a comunicação social, que tem um trabalho importantíssimo na divulgação destes fatos, todos juntos devemos alertar de forma firme que existem pessoas que ainda não estão devidamente consciencializadas para toda esta problemática”. 

“Hoje mesmo tive de abrandar os meus passos para não cruzar com um grupo de 6 ou 7 pessoas que andavam tranquilamente, em grupo…  isso não pode acontecer!” exemplificou para, mais a frente, falar sobre os mais idosos: “As famílias têm um papel fundamental, qual seja, o de informar os mais idosos que eles não podem sair à rua constantemente! Vejo-os várias vezes indo à Junta para tratar das suas coisas quando podiam fazê-lo somente numa vez! vejo-os irem aos supermercados várias vezes… isso não pode ser!”.

“O filho, a filha, o sobrinho, o primo, seja quem for, deve instruir estas pessoas que não utilizam as redes sociais, que não acompanham devidamente os telejornais, para o perigo que é, estarem nas ruas ou em estabelecimentos que estejam abertos… todos devem mostrar-lhes o quão frágil são as suas saúdes e os perigos de contaminação de quem esteja por perto!” 

“Precisamos todos denunciar estes casos… se for preciso, que se chame a GNR para que a autoridade possa desempenhar o seu papel dissuasor, retirando estas pessoas de locais onde jamais deveriam estar” encerrou a autarca, num tom visivelmente emocionado e demonstrativo das suas preocupações.

Este é um alerta dado por uma autarca de Cantanhede, mas serve, seguramente, para todas as pessoas em todos os locais do país. O confinamento é algo penoso para todos certamente, mas a gravidade do momento não permite a ninguém que possa se dar ao luxo de brincar com algo tão serio: a saúde pública.

Francisco Ferra / Jornal Mira Online