A “ver longe” por detrás das viseiras que protegem a saúde…

Dizem que as empresas que fazem a diferença em tempos de crise, são as que crescem quando a tempestade passa. Pensando nisso, Hugo Camarinha, um conhecido empresário mirense cuja empresa, a AlvoSpot, atua na área de criações de brindes e impressões, resolveu remeter a ideia de lay off que lhe passava pela cabeça, para canto… e acrescentou à sua área e negócios, a da fabricação de viseiras e telas protetoras!

Foi assim que “em menos de uma semana” conforme confidenciou à reportagem do Jornal Mira Online, ele aproveitou “o equipamento sofisticado” que já possuía para o trabalho do dia a dia da empresa e, comprando ainda mais maquinaria especializada para o acrílico, passou “da ideia à fabricação em escala” de produtos que, até algumas semanas antes, sequer lhe passava pela cabeça produzir!

Mas, do momento em que pensou arriscar esta nova empreitada até ao dia de hoje, a empresa teve de crescer também a nível operacional para dar vazão às muitas encomendas que surgiram quase que da noite para o dia. Tendo que contratar mais pessoal, agora são nove os elementos que dão aso a que o sonho do empresário se torne uma realidade que lhes permite receber salários atempadamente, ao invés de estarem em casa, em lay off… mas, tudo feito sempre dentro da distância social recomendada pelas autoridades… na AlvoSpot pensa-se nas oportunidades de negócio, mas sem descurar da saúde dos funcionários, o maior bem de uma empresa!

Até ao momento, a AlvoSpot já produziu “mais de 15 mil viseiras” mas “isso não ficará por aqui, certamente” – diz ele entre sorrisos. Embora a falta de matéria prima já se faça sentir, como é referido um pouco por todo o lado, Hugo Camarinha deixa o aviso de que está “à procura de mais material”, embora a situação atual não seja má, uma vez que ainda há condições de se fazerem “umas 3 vezes mais do que já foi feito”.

Trabalhando em velocidade de cruzeiro, também aos sábados e domingos, a empresa é fornecedora em todo o território continental e na Madeira, de nomes muito cotados como o Pingo Doce, o Intermarché, ou E. Lecrec, para além de inúmeras farmácias espalhadas pelo país… mas, não só, pois a internacionalização chegou definitivamente àquela empresa localizada no Seixo de Mira, e seguirá, já na semana depois da Páscoa, o primeiro carregamento destinado à vizinha Espanha que, infelizmente, tanto necessita de materiais de proteção individual!

Bem, mas, resta uma questão: E quando esse tsunami passar, como será? O que pensa o empresário fazer, a nível empresarial, no day after do intrincado momento que a humanidade atravessa atualmente? Prático e objetivo, como sempre, sonhador quanto baste, mas dono de uma forma de atuar com os pés assentes no chão, Camarinha deixa para o futuro aquilo que o futuro ditar. “Quando chegar a hora, quando tivermos uma melhor noção da realidade, verei o que mercado pedirá… temos uma carteira muito boa na nossa área e estamos a criar outra nesta nova vertente. Diversificamos por conta de uma situação que, há seis meses, nem sonhávamos passar e, por isso prefiro aguardar o “tal” momento da definição sendo certo que, garantidamente, a empresa estará preparada para trabalhar e produzir em ambas as áreas em simultâneo”, conclui.