Inês Arrais é de Portomar, fez a faculdade em Coimbra e agora, contribui para que o Hóquei do Sporting possa rugir ainda mais alto!
Aos 22 anos de idade, parece ter saído a sorte grande para Inês Arrais, mas desengane-se caso pense que a sorte tem algo a haver com a ascenção desta atleta.
Federada desde os 8 anos de idade, Inês já dava umas “valentes stickadas” há bastante tempo: desde quando, a acompanhar o irmão mais velho, Francisco Arrais, que praticava o desporto no Bonsucesso, acabou por apaixonar-se pela emoção do Hóquei. Daí a chegar onde está neste momento, Inês teve de ultrapassar etapas…
Tendo iniciado a sua carreira no Lagonense, o passo seguinte foi o Hóquei Clube da Mealhada para, de seguida, fazer parte da equipa da Acadêmica de Coimbra. A cidade coimbrã foi, ainda, palco da sua vida universitária onde abraçou a área… do desporto!
Em 2019, Inês fez um interregno no seu percurso, para dedicar-se “a tempo inteiro” ao seu Mestrado embora, como ela afiançou à reportagem, “o bichinho já estava instalado” entre risos. Completada a fase do Mestrado e, com a chegada da pandemia, Inês já não tinha, por esta altura, grandes esperanças de reiniciar a prática do desporto durante o ano de 2020 até que – e isso nada tem a haver com a sorte – o telefone tocou em Agosto e revolucionou a vida desta jovem simpática e afável que pretende singrar em tudo o que se propõe a fazer na vida…
Do outro lado do telefone estava, nada mais nada menos, que Nuno Pinto, treinador de um dos maiores emblemas do país no que se respeita ao Desporto, o Sporting Clube de Portugal. “Logicamente surpresa, porém, bastante feliz” Inês, em questão de dias, pôs-se à estrada rumo a capital para conhecer “um mundo bastante diferente daquilo que já havia conhecido”.
Admitindo que deu de caras com “excelentes condições e um rigor muito grande em tudo o que gira a volta do Hóquei”, esta miúda que há cerca de um mês vivia pacatamente numa aldeia gandaresa, hoje convive com “jogadoras que sempre considerei como ídolos” e procura, com elas e com todo o staff leonino, construir uma equipa que vá para além das expectativas criadas. Afinal, é preciso muito esforço e dedicação para se alcançar a glória!
Mesmo tendo a noção de que “o Benfica tem sido a equipa que tem ganho bastantes títulos”, o querer e a conhecida raça leonina prometem dar luta até ao fim da época que se inicia no próximo Domingo, dia 27, frente a um adversário que dá pelo nome de Massamá. Ali começará, oficialmente, a epopéia leonina de Inês Arrais que promete “dar tudo por tudo para honrar esta camisola que a minha família inteira adora e para fazer jus ao convite que recebi que tanto teve de inesperado como de importante na minha vida, daqui para a frente!”.
Partilhar o “excelente balneário composto por jogadoras e pessoas incríveis” já é, por si só, um alento enorme para quem quer crescer na carreira. Mas, juntar a isso, uma enorme dose de voluntariedade, de amor a camisola – sim, ele existe… – e de respeito a quem confiou em si, certamente aumentarão ainda mais as possibilidades de construir com sucesso, uma carreira cuja procissão ainda vai no adro.
Inês Arrais é, a partir de agora, quem fará o seu próprio percurso. Com a contribuição das colegas, dos treinadores, dos diretores e do público que, certamente, há de voltar aos pavilhões, Inês encontrará forças suficientes para levantar-se das quedas e, amparando-se nelas, seguir em frente rumo às balizas adversárias, sem medo de cair novamente.
Ela, há um mês, não tinha o sonho que hoje é, já, uma feliz realidade. E ela, Inês Arrais, mais que ninguém, já sabe o quanto arrepia “ver o nome estampado no placar de um Pavilhão como o João Rocha”.
Inês sabe que terá de ser atleta com “A” maiúsculo para além de manter a humildade que se nota na voz, mesmo estando longe. Sim, é verdade: mesmo longe, quem conversa com ela, consegue ver o brilhozinho nos olhos desta portomarense que não se deslumbra com as luzes da capital. Porque ela é assim… assim, sempre será… e, ponto final!
Stickadas felizes, Inês!
Francisco Ferra / Jornal Mira Online
